Introdução
A compostagem é um dos processos mais eficientes para transformar resíduos orgânicos em adubo natural, reduzindo o lixo doméstico e beneficiando o meio ambiente.
Porém, muitos iniciantes cometem falhas simples que comprometem o resultado.
Neste artigo, você vai conhecer os 5 erros mais comuns na compostagem e como corrigi-los rapidamente, com explicações lógicas e soluções práticas.
Se você já tentou compostar e se deparou com mau cheiro, insetos ou material que não se decompõe, saiba que esses sinais indicam apenas um desequilíbrio — e que é possível corrigir facilmente com ajustes pontuais.
Por que entender as falhas da compostagem é tão importante
Compreender o que causa os problemas mais comuns na compostagem evita frustrações e perdas de material.
A compostagem é um sistema biológico vivo, e pequenos desvios podem gerar consequências significativas, como o aparecimento de larvas, mofo e até a morte das minhocas (no caso da vermicompostagem).
Dominar os princípios básicos — equilíbrio entre matéria verde e seca, oxigenação e umidade — é o que garante um adubo de qualidade e um processo sem odor desagradável.
1. Excesso de umidade na composteira
Como a umidade acontece
O excesso de umidade é um dos erros mais comuns na compostagem doméstica.
Ele ocorre quando há grande quantidade de restos de frutas, legumes e outros alimentos ricos em água, sem a compensação de materiais secos.
Consequências da umidade
Quando o ambiente fica úmido demais, o oxigênio deixa de circular e a compostagem passa a acontecer de forma anaeróbica — ou seja, sem ar.
Esse processo gera mau cheiro (similar a ovo podre) e atrai moscas e outros insetos.
Como corrigir rapidamente
- Adicione materiais secos como folhas, serragem, papel picado ou palha.
- Mexa bem o composto para oxigenar.
- Se o líquido for excessivo, retire parte dele e use como chorume diluído nas plantas (1 parte de chorume para 10 de água).
A correção pode ser percebida em poucos dias, quando o cheiro desaparece e o composto volta a ter aspecto de terra úmida.
2. Falta de aeração e mistura adequada
Por que é uma dificuldade comum
Muitos iniciantes acreditam que basta adicionar resíduos e esperar que o tempo faça o trabalho.
Mas a falta de oxigênio impede a ação dos microrganismos aeróbicos responsáveis pela decomposição eficiente.
Sinais de que o problema está acontecendo
- O composto fica compactado e pesado;
- A decomposição se torna lenta;
- Pode surgir mofo branco e odor desagradável.
Instruções para corrigir rapidamente
- Revire o composto a cada 3 a 5 dias com uma pá ou bastão de madeira;
- Adicione materiais que ajudem na aeração, como galhos finos e folhas secas;
- Se possível, monte a pilha de compostagem sobre o solo, e não em recipientes fechados.
Esse cuidado reativa a respiração microbiana e devolve a eficiência ao processo.
3. Desequilíbrio entre matéria verde e seca
O que significa esse desequilíbrio
A base da compostagem é a relação carbono/nitrogênio (C/N).
De forma simples, isso significa equilibrar materiais verdes (ricos em nitrogênio) com materiais secos (ricos em carbono).
Exemplos de matéria verde: restos de frutas, verduras, cascas, borra de café.
Exemplos de matéria seca: folhas secas, papel picado, serragem sem tinta, galhos.
O desacerto na prática
Quando há excesso de material verde, o composto fica úmido, pegajoso e cheira mal.
Se há muito material seco, a decomposição quase para por falta de nitrogênio.
O meio de corrigir rapidamente
- Use a proporção 2 partes de material seco para 1 de material verde;
- Sempre que adicionar restos de alimentos, cubra com uma camada seca;
- Observe o cheiro: se estiver forte, adicione mais seco; se estiver muito parado, adicione verde.
Esse simples controle visual e olfativo ajuda a manter a proporção correta e um processo equilibrado.
4. Adicionar materiais inadequados à compostagem
Entendendo esse lapso
Nem todo resíduo orgânico é indicado para a compostagem doméstica.
Adicionar restos de carne, gordura, ossos ou alimentos processados é um erro que causa mau cheiro, atrai pragas e pode interromper o processo biológico.
Materiais que não devem ser compostados
- Restos de carne, peixes e ossos;
- Laticínios (leite, queijo, iogurte);
- Alimentos cozidos e com temperos;
- Fezes de animais carnívoros;
- Cinzas de carvão industrial.
Como consertar rapidamente
Se você percebeu a presença de algum desses itens, retire-os imediatamente e descarte de forma tradicional.
Depois, adicione uma boa camada de matéria seca e misture bem para restaurar o equilíbrio.
A compostagem doméstica deve se concentrar em resíduos vegetais e naturais, garantindo um processo limpo, eficiente e sem riscos sanitários.
5. Impaciência com o tempo de decomposição
Por que essa incorreção é tão comum
A compostagem é um processo natural e leva tempo.
Muitas pessoas esperam resultados rápidos e acabam mexendo demais ou adicionando novos resíduos antes que o material anterior se decomponha totalmente.
O que acontece quando há excesso de interferência
- O processo é interrompido e reiniciado constantemente;
- O composto nunca chega ao ponto ideal de maturação;
- O resultado final é um adubo inconsistente e pobre em nutrientes.
Como retificar com presteza
- Deixe o composto descansar por 30 a 60 dias após a última adição de resíduos;
- Observe a aparência: deve parecer terra escura, solta e sem cheiro;
- Evite revirar durante essa fase final — é o momento em que os microrganismos finalizam a transformação.
A paciência é o segredo de uma compostagem de qualidade.
Quando respeitado o tempo natural, o adubo resultante é rico e equilibrado, perfeito para hortas e plantas ornamentais.
Como evitar que as dificuldades se repitam
A melhor maneira de evitar os 5 erros mais comuns na compostagem e como corrigi-los rapidamente é criar uma rotina simples de observação.
Reserve alguns minutos por semana para verificar umidade, temperatura e odor.
Mantenha um balde separado para resíduos verdes e outro para os secos.
Essa simples organização visual ajuda a manter o equilíbrio ideal.
Além disso, registre as mudanças — se notar mau cheiro ou umidade excessiva, faça anotações e ajuste os materiais.
A compostagem, como qualquer prática sustentável, melhora com a experiência.
Cada pequena observação ensina sobre o comportamento dos materiais e o ritmo natural da decomposição.
Conclusão
Fazer compostagem em casa é um hábito transformador — tanto para o meio ambiente quanto para a rotina doméstica.
Ao evitar os 5 erros mais comuns na compostagem e como corrigi-los rapidamente, você garante um processo eficiente, sem odor e com adubo de alta qualidade.
Lembre-se: a compostagem é viva e dinâmica.
Ela reflete o equilíbrio entre o que colocamos nela e o cuidado que dedicamos ao processo.
Com pequenas correções, qualquer pessoa pode transformar restos de cozinha em um recurso valioso — o adubo natural que devolve vida à terra.
FAQ – Perguntas Frequentes sobre Compostagem Doméstica
1. Quanto tempo leva para o composto ficar pronto?
O tempo médio é de 2 a 4 meses, dependendo da temperatura e da proporção entre resíduos verdes e secos.
Em locais quentes e bem aerados, o processo é mais rápido.
O composto está pronto quando parece terra escura, solta e sem cheiro.
2. Posso fazer compostagem sem minhocas?
Sim. A compostagem pode ser feita apenas com microrganismos naturais.
Nesse caso, o processo é um pouco mais lento, mas o resultado é o mesmo.
As minhocas apenas aceleram a decomposição e deixam o composto mais rico.
3. O que fazer se a compostagem estiver com cheiro ruim?
Mau cheiro é sinal de excesso de umidade ou falta de oxigênio.
Adicione folhas secas, serragem ou papel picado e misture bem.
Em poucos dias o odor desaparece e o composto volta ao equilíbrio.
4. Posso colocar cascas de frutas cítricas na composteira?
Sim, mas com moderação.
O excesso de cascas de laranja ou limão pode alterar o pH e atrapalhar as minhocas.
O ideal é misturá-las a outros resíduos e cobrir sempre com material seco.
5. Como evitar mosquinhas na composteira?
As mosquinhas aparecem quando há restos de alimentos expostos.
Cubra sempre a camada orgânica com folhas secas ou serragem.
Se o problema persistir, cubra a superfície com um pano fino ou tela para impedir a entrada de insetos.
6. O que é chorume e como usar?
O chorume é o líquido natural da compostagem, rico em nutrientes.
Ele deve ser diluído (1 parte de chorume para 10 de água) antes de ser usado nas plantas.
Funciona como um fertilizante líquido natural excelente para hortas e vasos.
7. Posso compostar no apartamento?
Sim. Existem composteiras compactas que funcionam perfeitamente em varandas, áreas de serviço e até cozinhas.
Elas não exalam cheiro se mantidas equilibradas e com a ventilação correta.
A chave é controlar umidade e sempre cobrir os resíduos.
8. O que fazer se aparecer mofo branco?
O mofo branco indica atividade microbiana intensa, não é sinal de erro.
Significa que a decomposição está acontecendo.
Basta misturar o composto e seguir normalmente.
9. É possível compostar cascas de ovo e borra de café?
Sim, ambos são ótimos para a compostagem.
A borrinha de café é fonte de nitrogênio e as cascas de ovo fornecem cálcio.
Triture as cascas antes de adicionar para facilitar a decomposição.
10. Qual o melhor local para posicionar a composteira?
O ideal é um local arejado e protegido da chuva direta e do sol forte.
Locais muito quentes secam rápido, e muito úmidos retardam o processo.
Mantenha sempre em um espaço ventilado e de fácil acesso.

Joelma Paixão é criadora do Dicacuriosa, onde compartilha dicas práticas e curiosidades para transformar o dia a dia em aprendizado.
